Sociedade voluntária

Sociedade voluntária

domingo, 6 de dezembro de 2015

O Homem novo.



Com o advento de um governo de suporte de esquerda surgiu a parangona do “Homem novo”, a título depreciativo é sugerido como um ideal comunista significando na sua essência o condicionalismo do ser, lendo-se portanto um cerco ao individuo, às liberdades individuais e como tal, nesta versão, o homem desprovido de livre arbítrio em nome de uma construção maior, no fundo de um ideal.
O que não dizem é que também “eles” imaginam um homem novo, mais, são eles que o estão a construir e o dito é por esta altura um homem maduro.
O homem novo “deles” não é o super-homem liberto das amarras ideológicas nem tão pouco religiosas, não é o homem fortalecido na consciência de si e dos outros, não é o homem que admite sem reservas para si o mesmo que para os outros nem para os outros o mesmo que para si, não é o homem que vê a espécie nem tão pouco se revê na espécie, não é o homem que precisa da natureza, o seu meio é o cimento e o asfalto, não é o homem sujeito às leis universais, a tecnologia eleva-o acima da carne, não é o homem que reconheça a necessidade de fraternidade entre os seres humanos, isso cabe à caridade, deus que cuide dos fracos, dos inadaptados, dos velhos, dos não produtivos, não é o homem que reclame igualdade, os mais aptos tornam-se os mais fortes e na luta pela sobrevivência os mais fortes são os escolhidos.
O homem novo “deles” não se libertou, substituiu a crença, é o homem “economicus” ou melhor o homem “financeirus”, reduziu toda a dimensão humana a uma questão económica e financeira, o novo deus são os mercados financeiros, o pecado a não produção básica, elementar, primária pois consideram a cultura e as artes um desperdício de recursos, reduziram a vida humana a uma mera existência produtiva, uma existência escrava em que o conhecimento que nos é transmitido apenas nos prende ainda mais ao ideal que a “eles” pertence.
O homem novo “deles” é uma máquina, uma máquina que não pensa, que não sente para além de si, pertence à produção em série em que o tempo se esgotou na adoração cega e inquestionável da nova deidade: dinheiro, a entidade omnipotente das sociedades pós-modernas.
Resumindo, “eles” é que estão a criar o homem novo, o velho homem novo.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Posso vender* um conselho?

Que tal marcar uma reunião com Putin para aprender fundamentais noções de estratégia política?
É que o monstro vai atacar e convém antecipar e delinear como responder aos ataques. 


*Porque se os conselhos fossem garantia não se davam, vendiam-se.

domingo, 8 de novembro de 2015

Salário mínimo nacional.

Parece-me decepcionante, insuficiente, neste escalão de rendimentos qualquer acrescento é canalizado maioritariamente para uma melhoria das condições básicas de sobrevivência, nomeadamente a qualidade alimentar do agregado familiar e como tal o consumo predominante de produtos produzidos em Portugal.
Assim proponho a meta de 605 euros em dois anos, ou seja 555 euros em 2016 e 605 em 2017.
A haver necessidade de compensação às empresas deveria ser encontrada nos custos de contexto, nos custos inerentes à produção como custo da energia (electricidade, gás e/ou combustível) ou outros que melhor que eu saberão encontrar e negociar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

domingo, 1 de novembro de 2015

O homem rude.

Eram imagens da campanha, Jerónimo cumprimentava um homem, rude, rude de trabalho entenda-se, a face sulcada por uma vida de esforço. Jerónimo ditava-lhe as máximas, “- Camarada temos de reforçar a posição da CDU para lutar contra esta política de direita.”,”- Blá blá blá, blá blá blá a CDU isto, a CDU aquilo. O homem ouviu, concordou e retorquiu “- Certo, mas se for preciso temos de dar a mão ao PS” Quantos homens rudes terá encontrado Jerónimo?
Há muito que a esquerda devia ter abandonado a trincheira, esperar que o vento mude completamente de direcção não é uma estratégia ganhadora, compreendo os fundamentos mas também sei que uma guerra é composta por inúmeras batalhas e na arte da guerra é possível dar uma batalha a ganhar ao inimigo se isso contribuir para a vitória na guerra. A possibilidade de trabalhar por dentro ao invés de cristalizar por fora. Confusão, como é que pessoas pobres são de direita, beijam e aplaudem Passos e Portas, claro que sei e uma das razões é o Papão, de comer criancinhas e isso só pode ser desmontado por dentro. Dadas as circunstâncias em que vivemos, um governo de esquerda não precisa de fazer muito para garantir duas legislaturas, é dar uma batalha a ganhar ao inimigo ou seja respeitar os acordos europeus porque os Portugueses não tendo conhecimento intrínseco da questão assim o entendem e porque mesmo dentro do quintal muita coisa pode ser feita e, ganhar outra em favor da grande massa dos desfavorecidos, principalmente aqueles que são pobres tendo trabalho e reformados mais pobres, provando que mesmo com limitações é possível outra distribuição dos sacrifícios.
Dar uma batalha a ganhar permite conquistar tempo, tempo para que a realidade internacional se altere pois os sinais de mudança começam a surgir e a probabilidade de tempos mais favoráveis a uma política de esquerda pode estar ao virar da esquina. Quem detiver o poder nesse novo tempo e beneficiar dessas favoráveis condições determinará o curso político da próxima década.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Acerca da Nato...



Temos ouvido falar muito em NATO nestes últimos dias, em como a questão da participação de Portugal na organização seria um factor de impedimento a uma frente de esquerda. Ouvimos também uma tendência para desvalorizar a questão, assim há que, a bem do entendimento destes assuntos coloca-la em dois planos:
O plano da vida material das pessoas ou seja a melhoria das condições do dia-a-dia das pessoas, dos portugueses empobrecidos ao longo destes quatro anos, neste plano a questão Nato é básica, não impede os partidos de esquerdas de conseguir reverter e melhorar as condições de vida dos pensionistas e reformados mais pobres e alterar uma realidade que considero das mais desumanas e conceptualmente mais difícil de aceitar, a pessoa que trabalha, que tem emprego mas é pobre porque o rendimento do seu trabalho não lhe permite sair da pobreza, triste muito triste.
Agora, no plano internacional, no plano geoestratégico de facto neste momento a questão tem uma importância que nunca teve desde a desintegração da União Soviética.
Aquando das negociações entre o Ocidente e Gorbatchev foi prometido que a Nato não avançaria para os ex-países soviéticos facto que não foi consumado encaminhando a construção de um cercamento da Rússia que precisamente hoje se encontra num ponto de tenção entre as duas estruturas militares à muito não visto.
Acontece que neste momento a Nato organiza os maiores exercícios militares jamais realizados no mediterrâneo, relevando a posição de Portugal nesta organização.
Vai Portugal integrar uma força militar para entrar numa guerra com a Rússia e eventual apoio da China?
O assunto como se vê é de extrema importância.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Esquerda radical

Andaram estes quatro anos a dizer que o PCP era um partido institucional,  no pico da crise chegaram inclusivamente a agradecer ao PC o facto de canalizar o descontentamento geral impedindo dessa forma o surgimento de episódios de violência como registado em outros países, agora o Partido Comunista e o Bloco são radicais.   

Fria, muito fria.

E a vingança, no PS não se serve fria?
Penso que os Socráticos gostam dessa iguaria bem gelada!

Uma questão realmente sem importância!

Vai António Costa deixar passar a oportunidade de ser primeiro-ministro para que Passos Coelho possa sê-lo?

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Medo, muito medo.





É vê-los cheios de medo, o pânico instala-se, todos os argumentos servem para impedir a formação de um governo de frente de esquerda.

Acabou-se o arco da governabilidade.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Meta - realidade XIV

Chegou verdadeiramente a altura de perceber quanto vale um pássaro na mão e quanto valem dois a voar.

domingo, 13 de setembro de 2015

Prendam os gajos esquerdistas à mesa das negociações



Foi despoletada uma onda, num mundo sano o surgimento desta onda seria natural, seria de esperar como resposta à explícita significação da actual construção da realidade mas, como não estamos num mundo são e a informação e os significados encontram-se infiltrados principalmente pela distorção propagandística a mente lógica não consegue formular os parâmetros do real e a onda que seria natural surge com alguma qualidade de surpresa.
Para quem segue os acontecimentos com alguma atenção os anos que agora vivemos têm sido acompanhados sempre com os olhos postos no eventual momento em que se tornaria visível a manifestação da onda.
Estamos na fase em que a onda ultrapassou os campos menos densos do pensamento e penetrou a densidade maior da acção, começou na Grécia com o episódio SYriza depois com a vitória do Podemos nas regionais Espanholas e avançou agora para Inglaterra com a eleição de Jeremy Corbyn como líder dos Trabalhistas.
A onda é uma onda revolucionária, ainda tímida podemos chamar-lhe uma onda “esquerdista”  no sentido do constatado no paragrafo acima, mas não nos iludamos é uma onda revolucionária, as pessoas estão a começar a perceber o “filme” e estão a perder o medo, para já o “medo intelectual” mas se a pressão continuar (e em minha opinião vai continuar universalmente) perderão também o medo físico e nesse caso poderá ser observada pelos tratados clássicos.
As “coisas” começam a ser de tal forma perceptíveis que alguns dos “ratos doutrinados” começam a abandonar o navio aflitos pelos mares navegados.
Um desses casos vi ontem no canal E com o excelentíssimo senhor Manuel Monteiro ex-líder do Cds, em que a dada altura o ilustre professor confessou fazer umas profundas reflexões de entre as quais uma, a de que até que ponto alguém poderia ser livre tendo uma hipoteca ao sistema financeiro relativa ao tecto onde abriga o seu corpo (palavras minhas) e mais algumas sobre a forma como as privatizações estão a ser realizadas ao ponto do seu contra-debatente observar que o doutor Monteiro não era o único, não se encontrava sozinho e que Jerónimo de Sousa o acompanhava.
Eu, zé-ninguém, estupido que nem uma porta, muito antes dos cinquenta ou sessenta anos de idade já tinha feito essas reflexões e retirado as minhas conclusões.
È apenas um exemplo do estado das coisas, continuando…
A onda propaga-se, há ligeiros sinais de possível surpresa nestas eleições, as pessoas estão a começar a perceber, por cá devagar, devagarinho e se a onda se dissipa sem aproveitamento politico, democrático e pacifico temo que a próxima seja oposta.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Marcelo foi "Avante"

O professor Marcelo foi á festa do Avante e as "gentes" presentes receberam-no calorosamente, está provado que o candidato é um bom candidato.

sábado, 22 de agosto de 2015

Um - 2ª parte



Estamos assim num ponto da História em que o dominante se tornou tão grande que países individualmente não apresentam a capacidade de resistir, levando obrigatoriamente a uma resposta dentro da própria dinâmica construída e impulsionando até a dimensão do processo.
O dominante encontra-se actualmente numa fase crítica, curiosamente seguindo um padrão universal, pois na essência é de homens, dos seus pensamentos e acções que estamos a falar.
Parece seguir de certa forma os mandamentos da lei da conservação da energia, tal como cada um de nós começa, ao precisar de um fruto de uma árvore, por colher aquele que estiver mais á mão, que lhe der o menos dispêndio de energia deixando os mais difíceis de alcançar para o fim, também o dominador deixou para o fim os frutos mais difíceis de apanhar.
A uniformidade requer os frutos todos, como é óbvio é condição “sine qua non” do mote um planeta um povo.

Primeiro é necessário dividir, tirar proveito das características socio-culturais de cada povo para no plano material, físico, concreto dividir, para impedir a formação de resistências tudo serve, uns são pretos outros são brancos, uns são cristãos outros muçulmanos, uns tem capital outros força de trabalho, uns são escolarizados outros analfabetos, uns devem governar outros ser governados, tudo o possa servir a instigação da diferença entre as pessoas para que se antagonizem mutuamente e lhes seja afastada a possibilidade de antever o processo na sua globalidade.

Estando em andamento o processo de divisão está lançada a semente para a aniquilação da moral ou preferindo da responsabilidade individual, alterando-lhe a amplitude e o significado.
O sistema económico é de relevante protagonismo tendo o capitalismo contribuído para o esbatimento moral e ético das sociedades pois tornou-se definição de uma vida boa o máximo de bens materiais que se obtém paralelamente a uma dificuldade crescente e desigual em atingir esse objectivo que se altera constantemente tanto na qualidade como na quantidade e de similar modo a qualidade e quantidade de acção que é preciso introduzir na organização com consequente alargamento do espectro do aceitável.
A transição conceptual para o domínio do corpo e dos sentidos complementa e acrescenta, distorcido o papel do corpo, dos sentidos e dos desejos, estes servem também a uniformidade, os sentidos deixaram de ser ferramentas de desenvolvimento do individuo para se tornarem caçadores de prémios, os desejos deixaram de satisfazer a necessidade para se tornarem eles próprios necessidade, é preciso desejar a toda a hora e praticamente tudo.
O corpo veículo de desenvolvimento é agora hermético, auto-suficiente, tudo que se requer é nascer e esperar morrer.
E é importante que assim seja, o corpo como ultimo desígnio impede-te de levantar os olhos.

Materialmente, a ordem é concentrar, todos os recursos nas mãos dos representantes do novo deus Pan, concentrar é dominar os recursos a nível planetário, possuir toda a matéria bruta é determinar a origem, o meio e a finalidade de todo o sistema produtivo, determinando todo o sistema produtivo determina-se a vida, o sentido da vida de todos e cada individuo, dos povos das nações. O sistema produtivo é também um significado cultural, a idiossincrasia de um povo expressa-se também no que produz e da forma como produz ou no mínimo na forma como admite que se produza, assim alterar a produção é alterar alguma da particularidade de um povo.

continua...

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Branco mais branco não há!

Só não percebe quem não quer!
É que a direcção está á vista de todos é só tomar atenção!
De que falo?
De uma merda que me tira do sério, é que são estas merdas que condicionam as mentalidades e encaminham as massas para o destino que lhes foi reservado.
De que falo?
Falo de um gajo cujo atributo de relevo social é zero e porque tem muito dinheiro e resolveu casar é tratado pela comunicação social como um herói nacional.
Mas que merda é esta, o homem é empresário de futebol, não é nenhum vulto de significado cultural.
Mas que cena marada meu!?
A importância, o relevo, o detalhe e relato ao pormenor do acontecimento.
A glorificação do nada e a consagração do dinheiro.

Dói-me mesmo esta merda pá!

domingo, 2 de agosto de 2015

Um.



As teorias sobre o surgimento e desenvolvimento dos primeiros hominídeos não são completamente consensuais entre a comunidade científica, o mesmo que dizer que não temos certeza sobre a questão, alguns cientistas defendem a teoria da origem única, com início em África e consequente expansão territorial, teoria que nos obriga a considerar que o processo evolutivo não é uma onda mas talvez algo como um “mecanismo concentrativo” ou seja, são necessários estar reunidos um número de factores para impulsionar um movimento qualitativo.
De forma oposta outros defendem a teoria da multi-regionalidade e, neste caso temos de considerar o processo evolutivo como uma onda que se propaga universalmente, ainda que considerando diferenças de materialidade, diferenças originadas pela condição da envolvente, pelo meio natural.

Independentemente de um atestado científico em relação á origem, é possível no entanto realçar tendências e padrões no processo evolutivo da espécie humana.
A principal tendência e padrão que interessa identificar, considero por palavras minhas, um processo dual no sentido em que consiste em duas fases opostas mas de certa forma complementares pois fundem, faz a síntese entre um movimento dispersivo, que na realidade é parte de um movimento maior e convergente.
Independentemente da origem, traduz-se na expansão e ocupação do território, a edificação de uma multiplicidade de características culturais, religiosas, sociais e políticas diferenciadoras, segregadoras da unidade da espécie humana e, terminado esse ciclo, o seu oposto complementar; a unificação da espécie humana.

O mote é aparentemente simples, um planeta, um povo.
Se de certa forma se pode considerar como um processo natural, quer dizer, toda a história do Homem concorre para essa finalidade como etapa de um percurso maior, por outro lado é também um processo humano no sentido de determinado pela acção, pelos princípios que queremos ou aceitamos ver fundamentados, consagrados nessa unidade.
São propostos dois conceitos distintos de unificação.
Um recorrendo ao princípio da uniformidade, estratégia mais comummente utilizada pelos impérios em que a ocupação física do território é progressivamente acompanhada pela imposição/substituição dos valores nativos pelos valores do dominante.
Ainda hoje o método é o mesmo, muda o campo de batalha que passou a ser económico coadjuvado militarmente e a imposição transferida para a necessidade estético-consumista do desejo de pertença/identificação.
Neste modelo a unificação da humanidade é a uniformidade da humanidade ou seja todos iguais todos iguais (por oposição a todos diferentes todos iguais), neste modelos os valores do dominador são aceites e universais estejamos em Portugal, Angola, Indonésia, Curdistão ou Marte.
Todos gostamos de Justin Biber, comemos McDonalds e ao fim da semana Catedrais de consumo.
No segundo modelo a tentativa parece ser a de conseguir construir uma unidade mantendo as características das identidades nacionais, das soberanias e unificar tudo o que possa ser unificado sem obrigatoriamente destruir as características de cada povo.

De facto estamos num ponto da história em que os passos neste sentido começam a ser visíveis com facilidade, a construção de blocos de Nações, não mais Países singulares mas, adoptando um modelo ou outro, o surgimento de estruturas aglomerativas supranacionais é evidente, mais, a resposta ao modelo dominante de unificação pela uniformidade é obrigatoriamente a continuidade do processo, pois a dinâmica da coisa só pode ter como contraposição a mesma dimensão, a fusão em blocos, dos Povos, das Nações.


continua...