Estamos assim num ponto da História em que o dominante se
tornou tão grande que países individualmente não apresentam a capacidade de
resistir, levando obrigatoriamente a uma resposta dentro da própria dinâmica
construída e impulsionando até a dimensão do processo.
O dominante encontra-se
actualmente numa fase crítica, curiosamente seguindo um padrão universal, pois
na essência é de homens, dos seus pensamentos e acções que estamos a falar.
Parece seguir de certa forma
os mandamentos da lei da conservação da energia, tal como cada um de nós começa,
ao precisar de um fruto de uma árvore, por colher aquele que estiver mais á
mão, que lhe der o menos dispêndio de energia deixando os mais difíceis de
alcançar para o fim, também o dominador deixou para o fim os frutos mais
difíceis de apanhar.
A uniformidade requer os frutos todos, como é óbvio é
condição “sine qua non” do mote um planeta um povo.
Primeiro é necessário dividir, tirar proveito das características
socio-culturais de cada povo para no plano material, físico, concreto dividir, para
impedir a formação de resistências tudo serve, uns são pretos outros são
brancos, uns são cristãos outros muçulmanos, uns tem capital outros força de
trabalho, uns são escolarizados outros analfabetos, uns devem governar outros
ser governados, tudo o possa servir a instigação da diferença entre as pessoas para
que se antagonizem mutuamente e lhes seja afastada a possibilidade de antever o
processo na sua globalidade.
Estando em andamento o processo de divisão está lançada a
semente para a aniquilação da moral ou preferindo da responsabilidade
individual, alterando-lhe a amplitude e o significado.
O sistema económico é de relevante protagonismo tendo o
capitalismo contribuído para o esbatimento moral e ético das sociedades pois
tornou-se definição de uma vida boa o máximo de bens materiais que se obtém
paralelamente a uma dificuldade crescente e desigual em atingir esse objectivo
que se altera constantemente tanto na qualidade como na quantidade e de similar
modo a qualidade e quantidade de acção que é preciso introduzir na organização
com consequente alargamento do espectro do aceitável.
A transição conceptual para o domínio do corpo e dos
sentidos complementa e acrescenta, distorcido o papel do corpo, dos sentidos e
dos desejos, estes servem também a uniformidade, os sentidos deixaram de ser
ferramentas de desenvolvimento do individuo para se tornarem caçadores de
prémios, os desejos deixaram de satisfazer a necessidade para se tornarem eles
próprios necessidade, é preciso desejar a toda a hora e praticamente tudo.
O corpo veículo de desenvolvimento é agora hermético, auto-suficiente,
tudo que se requer é nascer e esperar morrer.
E é importante que assim seja, o corpo como ultimo
desígnio impede-te de levantar os olhos.
Materialmente, a ordem é concentrar, todos os recursos
nas mãos dos representantes do novo deus Pan, concentrar é dominar os recursos
a nível planetário, possuir toda a matéria bruta é determinar a origem, o meio
e a finalidade de todo o sistema produtivo, determinando todo o sistema
produtivo determina-se a vida, o sentido da vida de todos e cada individuo, dos
povos das nações. O sistema produtivo é também um significado cultural, a idiossincrasia
de um povo expressa-se também no que produz e da forma como produz ou no mínimo
na forma como admite que se produza, assim alterar a produção é alterar alguma
da particularidade de um povo.
continua...
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