Sociedade voluntária

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sábado, 22 de agosto de 2015

Um - 2ª parte



Estamos assim num ponto da História em que o dominante se tornou tão grande que países individualmente não apresentam a capacidade de resistir, levando obrigatoriamente a uma resposta dentro da própria dinâmica construída e impulsionando até a dimensão do processo.
O dominante encontra-se actualmente numa fase crítica, curiosamente seguindo um padrão universal, pois na essência é de homens, dos seus pensamentos e acções que estamos a falar.
Parece seguir de certa forma os mandamentos da lei da conservação da energia, tal como cada um de nós começa, ao precisar de um fruto de uma árvore, por colher aquele que estiver mais á mão, que lhe der o menos dispêndio de energia deixando os mais difíceis de alcançar para o fim, também o dominador deixou para o fim os frutos mais difíceis de apanhar.
A uniformidade requer os frutos todos, como é óbvio é condição “sine qua non” do mote um planeta um povo.

Primeiro é necessário dividir, tirar proveito das características socio-culturais de cada povo para no plano material, físico, concreto dividir, para impedir a formação de resistências tudo serve, uns são pretos outros são brancos, uns são cristãos outros muçulmanos, uns tem capital outros força de trabalho, uns são escolarizados outros analfabetos, uns devem governar outros ser governados, tudo o possa servir a instigação da diferença entre as pessoas para que se antagonizem mutuamente e lhes seja afastada a possibilidade de antever o processo na sua globalidade.

Estando em andamento o processo de divisão está lançada a semente para a aniquilação da moral ou preferindo da responsabilidade individual, alterando-lhe a amplitude e o significado.
O sistema económico é de relevante protagonismo tendo o capitalismo contribuído para o esbatimento moral e ético das sociedades pois tornou-se definição de uma vida boa o máximo de bens materiais que se obtém paralelamente a uma dificuldade crescente e desigual em atingir esse objectivo que se altera constantemente tanto na qualidade como na quantidade e de similar modo a qualidade e quantidade de acção que é preciso introduzir na organização com consequente alargamento do espectro do aceitável.
A transição conceptual para o domínio do corpo e dos sentidos complementa e acrescenta, distorcido o papel do corpo, dos sentidos e dos desejos, estes servem também a uniformidade, os sentidos deixaram de ser ferramentas de desenvolvimento do individuo para se tornarem caçadores de prémios, os desejos deixaram de satisfazer a necessidade para se tornarem eles próprios necessidade, é preciso desejar a toda a hora e praticamente tudo.
O corpo veículo de desenvolvimento é agora hermético, auto-suficiente, tudo que se requer é nascer e esperar morrer.
E é importante que assim seja, o corpo como ultimo desígnio impede-te de levantar os olhos.

Materialmente, a ordem é concentrar, todos os recursos nas mãos dos representantes do novo deus Pan, concentrar é dominar os recursos a nível planetário, possuir toda a matéria bruta é determinar a origem, o meio e a finalidade de todo o sistema produtivo, determinando todo o sistema produtivo determina-se a vida, o sentido da vida de todos e cada individuo, dos povos das nações. O sistema produtivo é também um significado cultural, a idiossincrasia de um povo expressa-se também no que produz e da forma como produz ou no mínimo na forma como admite que se produza, assim alterar a produção é alterar alguma da particularidade de um povo.

continua...

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