Sociedade voluntária

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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A Grécia e o Syriza.

“De que vos admirais, perversos? Que é melhor: fazer isso ou administrar a República convosco?” – Heráclito

O Syriza ganhou as eleições e por cá, na terra dos pequenos, os vassalos surgem a assegurar que o “Armageddon” Grego é inevitável pois é tamanha a heresia em fazer frente ao Império. Mas contra a vontade dos Deuses até o Império se verga e, os Deuses conspiram para que através das acções dos Homens a História possa voltar a ser escrita a várias mãos.
A possibilidade existe, nesta página da História.

A Europa subserviente ao império acompanhou a imposição de sanções (essencialmente de carácter financeiro) á Rússia, a qual respondeu igualmente com sanções económicas das quais a Grécia sofre com redução das exportações. Acresce que paralelamente a Europa determinou reformular as regras relativas ao mercado energético Europeu, regras essas que tentou aplicar a um contrato já anteriormente estabelecido com a Rússia relativo á construção de um pipeline e fornecimento de gás natural á Europa do Sul. Resultado, os Russos alteraram o conceito do fornecimento de gás e o traçado do pipeline, sendo que nesta nova realidade o gasoduto atravessará a Turquia e eventualmente a Grécia para chegar aos países do sul Europeu.
Vislumbra-se o contexto geopolítico?

Dois coelhos de uma só cajadada ou até três!

Historicamente a Grécia tem uma maior afinidade com a Rússia que o resto da Europa, grande parte desta afinidade é religiosa, quando das invasões Otomanas a Igreja Cristã Ortodoxa deslocou-se para a Rússia e aí estabeleceu a sua continuidade. Os Russos ajudaram os Gregos a libertarem-se do jugo Otomano e reconhecem ainda o papel dos Russos na 2ª Guerra mundial e a sua contribuição para a derrota dos Nazis. Assim a História compõe-se, os Gregos têm pela dialéctica histórica a “oportunidade de uma vida”, a possibilidade de que não se fala na televisão.
A Rússia formulou a título de incentivo que se a Grécia sair da União Europeia as sanções serão abolidas tendo em conta que estas se dirigem a países da União. A realidade energética elaborada pelos Europeus revelou-se uma armadilha contra os próprios e a Grécia pode tirar proveito desse facto recebendo dividendos pela travessia do gasoduto, como pode ainda ganhar poder sobre a Europa pela capacidade negocial relativa a essa fonte de energia vital para o continente Europeu.
Não menos importante se a Grécia corresponder ao potencial desta oportunidade apresentada pelos Russos, pode como bónus, acabar ou atenuar significativamente a inimizade secular que persiste com o seu arqui-rival, a Turquia, visto que ambos serão os principais beneficiários e terão todo o interesse em gerir em comum esta “dádiva” dos Russos.
E por ultimo podem repudiar a dívida, mandar a União Europeia ás urtigas e integrar a EEU (Eurasian Economic Union).

Politics it´s a bitch.