Sociedade voluntária

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domingo, 2 de agosto de 2015

Um.



As teorias sobre o surgimento e desenvolvimento dos primeiros hominídeos não são completamente consensuais entre a comunidade científica, o mesmo que dizer que não temos certeza sobre a questão, alguns cientistas defendem a teoria da origem única, com início em África e consequente expansão territorial, teoria que nos obriga a considerar que o processo evolutivo não é uma onda mas talvez algo como um “mecanismo concentrativo” ou seja, são necessários estar reunidos um número de factores para impulsionar um movimento qualitativo.
De forma oposta outros defendem a teoria da multi-regionalidade e, neste caso temos de considerar o processo evolutivo como uma onda que se propaga universalmente, ainda que considerando diferenças de materialidade, diferenças originadas pela condição da envolvente, pelo meio natural.

Independentemente de um atestado científico em relação á origem, é possível no entanto realçar tendências e padrões no processo evolutivo da espécie humana.
A principal tendência e padrão que interessa identificar, considero por palavras minhas, um processo dual no sentido em que consiste em duas fases opostas mas de certa forma complementares pois fundem, faz a síntese entre um movimento dispersivo, que na realidade é parte de um movimento maior e convergente.
Independentemente da origem, traduz-se na expansão e ocupação do território, a edificação de uma multiplicidade de características culturais, religiosas, sociais e políticas diferenciadoras, segregadoras da unidade da espécie humana e, terminado esse ciclo, o seu oposto complementar; a unificação da espécie humana.

O mote é aparentemente simples, um planeta, um povo.
Se de certa forma se pode considerar como um processo natural, quer dizer, toda a história do Homem concorre para essa finalidade como etapa de um percurso maior, por outro lado é também um processo humano no sentido de determinado pela acção, pelos princípios que queremos ou aceitamos ver fundamentados, consagrados nessa unidade.
São propostos dois conceitos distintos de unificação.
Um recorrendo ao princípio da uniformidade, estratégia mais comummente utilizada pelos impérios em que a ocupação física do território é progressivamente acompanhada pela imposição/substituição dos valores nativos pelos valores do dominante.
Ainda hoje o método é o mesmo, muda o campo de batalha que passou a ser económico coadjuvado militarmente e a imposição transferida para a necessidade estético-consumista do desejo de pertença/identificação.
Neste modelo a unificação da humanidade é a uniformidade da humanidade ou seja todos iguais todos iguais (por oposição a todos diferentes todos iguais), neste modelos os valores do dominador são aceites e universais estejamos em Portugal, Angola, Indonésia, Curdistão ou Marte.
Todos gostamos de Justin Biber, comemos McDonalds e ao fim da semana Catedrais de consumo.
No segundo modelo a tentativa parece ser a de conseguir construir uma unidade mantendo as características das identidades nacionais, das soberanias e unificar tudo o que possa ser unificado sem obrigatoriamente destruir as características de cada povo.

De facto estamos num ponto da história em que os passos neste sentido começam a ser visíveis com facilidade, a construção de blocos de Nações, não mais Países singulares mas, adoptando um modelo ou outro, o surgimento de estruturas aglomerativas supranacionais é evidente, mais, a resposta ao modelo dominante de unificação pela uniformidade é obrigatoriamente a continuidade do processo, pois a dinâmica da coisa só pode ter como contraposição a mesma dimensão, a fusão em blocos, dos Povos, das Nações.


continua...

1 comentário:

  1. Do you have the ability to sit on the moon and watch?
    What do you see?

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