As teorias sobre o surgimento e desenvolvimento dos
primeiros hominídeos não são completamente consensuais entre a comunidade científica,
o mesmo que dizer que não temos certeza sobre a questão, alguns cientistas
defendem a teoria da origem única, com início em África e consequente expansão
territorial, teoria que nos obriga a considerar que o processo evolutivo não é
uma onda mas talvez algo como um “mecanismo concentrativo” ou seja, são
necessários estar reunidos um número de factores para impulsionar um movimento
qualitativo.
De forma oposta outros defendem a teoria da
multi-regionalidade e, neste caso temos de considerar o processo evolutivo como
uma onda que se propaga universalmente, ainda que considerando diferenças de
materialidade, diferenças originadas pela condição da envolvente, pelo meio
natural.
Independentemente de um atestado científico em relação á
origem, é possível no entanto realçar tendências e padrões no processo
evolutivo da espécie humana.
A principal tendência e
padrão que interessa identificar, considero por palavras minhas, um processo
dual no sentido em que consiste em duas fases opostas mas de certa forma complementares
pois fundem, faz a síntese entre um movimento dispersivo, que na realidade é
parte de um movimento maior e convergente.
Independentemente da origem, traduz-se na expansão e
ocupação do território, a edificação de uma multiplicidade de características
culturais, religiosas, sociais e políticas diferenciadoras, segregadoras da
unidade da espécie humana e, terminado esse ciclo, o seu oposto complementar; a
unificação da espécie humana.
O mote é aparentemente simples, um planeta, um povo.
Se de certa forma se pode considerar como um processo
natural, quer dizer, toda a história do Homem concorre para essa finalidade como
etapa de um percurso maior, por outro lado é também um processo humano no
sentido de determinado pela acção, pelos princípios que queremos ou aceitamos
ver fundamentados, consagrados nessa unidade.
São propostos dois conceitos distintos de unificação.
Um recorrendo ao princípio da uniformidade, estratégia
mais comummente utilizada pelos impérios em que a ocupação física do território
é progressivamente acompanhada pela imposição/substituição dos valores nativos
pelos valores do dominante.
Ainda hoje o método é o mesmo, muda o
campo de batalha que passou a ser económico coadjuvado militarmente e a
imposição transferida para a necessidade estético-consumista do desejo de
pertença/identificação.
Neste modelo a unificação da humanidade é a uniformidade
da humanidade ou seja todos iguais todos iguais (por oposição a todos
diferentes todos iguais), neste modelos os valores do dominador são aceites e
universais estejamos em Portugal, Angola, Indonésia, Curdistão ou Marte.
Todos gostamos de Justin Biber, comemos McDonalds e ao
fim da semana Catedrais de consumo.
No segundo modelo a tentativa parece ser a de conseguir
construir uma unidade mantendo as características das identidades nacionais,
das soberanias e unificar tudo o que possa ser unificado sem obrigatoriamente destruir
as características de cada povo.
De facto estamos num ponto da história em que os passos
neste sentido começam a ser visíveis com facilidade, a construção de blocos de Nações,
não mais Países singulares mas, adoptando um modelo ou outro, o surgimento de
estruturas aglomerativas supranacionais é evidente, mais, a resposta ao modelo
dominante de unificação pela uniformidade é obrigatoriamente a continuidade do
processo, pois a dinâmica da coisa só pode ter como contraposição a mesma
dimensão, a fusão em blocos, dos Povos, das Nações.
continua...
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