Sociedade voluntária

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domingo, 1 de novembro de 2015

O homem rude.

Eram imagens da campanha, Jerónimo cumprimentava um homem, rude, rude de trabalho entenda-se, a face sulcada por uma vida de esforço. Jerónimo ditava-lhe as máximas, “- Camarada temos de reforçar a posição da CDU para lutar contra esta política de direita.”,”- Blá blá blá, blá blá blá a CDU isto, a CDU aquilo. O homem ouviu, concordou e retorquiu “- Certo, mas se for preciso temos de dar a mão ao PS” Quantos homens rudes terá encontrado Jerónimo?
Há muito que a esquerda devia ter abandonado a trincheira, esperar que o vento mude completamente de direcção não é uma estratégia ganhadora, compreendo os fundamentos mas também sei que uma guerra é composta por inúmeras batalhas e na arte da guerra é possível dar uma batalha a ganhar ao inimigo se isso contribuir para a vitória na guerra. A possibilidade de trabalhar por dentro ao invés de cristalizar por fora. Confusão, como é que pessoas pobres são de direita, beijam e aplaudem Passos e Portas, claro que sei e uma das razões é o Papão, de comer criancinhas e isso só pode ser desmontado por dentro. Dadas as circunstâncias em que vivemos, um governo de esquerda não precisa de fazer muito para garantir duas legislaturas, é dar uma batalha a ganhar ao inimigo ou seja respeitar os acordos europeus porque os Portugueses não tendo conhecimento intrínseco da questão assim o entendem e porque mesmo dentro do quintal muita coisa pode ser feita e, ganhar outra em favor da grande massa dos desfavorecidos, principalmente aqueles que são pobres tendo trabalho e reformados mais pobres, provando que mesmo com limitações é possível outra distribuição dos sacrifícios.
Dar uma batalha a ganhar permite conquistar tempo, tempo para que a realidade internacional se altere pois os sinais de mudança começam a surgir e a probabilidade de tempos mais favoráveis a uma política de esquerda pode estar ao virar da esquina. Quem detiver o poder nesse novo tempo e beneficiar dessas favoráveis condições determinará o curso político da próxima década.

5 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigado, há um facto que por vezes não nos damos conta, podemos construir castelos filosóficos muito altos e cheios de complexidade mas a partir de um determinado ponto, da mais profunda complexidade volta a surgir a simplicidade das coisas.
      É um pouco como dizia Buda, "antes da iluminação uma árvore é uma árvore depois da iluminação uma árvore é uma árvore"

      Abraço livre.

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  2. Primeiro - “Camarada temos de reforçar a posição da CDU para lutar contra esta política de direita.”, antes da sua citação do bla,bla,bla, do que terá sido dito, fixe-mo-nos nela... é que se ela não tivesse acontecido, não terias oportunidade de escrever o que acabei de ler

    Segundo - Na trincheira, defende-se. Resiste-se. E enquanto se resiste não se procura (nem sequer) ganhar batalhas. Quanto muito, procura-se não ceder terreno. Há uma diferença, enorme, entre trincheira e barricada. A trincheira é um sulco, fundo, pois o que se enfrenta é a artilharia pesada. A barricada, é "apenas" uma expressão ideológica. E aparentemente tudo se encaminha para estarmos do mesmo lado... mas ainda não é o caso.

    Terceiro - Pertenço a um partido de homens rudes...

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    1. Caro amigo Rogério

      Primeiro - Nada a discordar e o blá,blá foi uma provocação intencional.

      Segundo - Peço desculpa pela ignorância nos termos militares que por acaso até não foi o caso, se fizer o favor de reler poderá eventualmente encontrar um contexto no qual o termo esteja adequado.

      Terceiro - Mais uma razão...

      Abraço livre

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    2. Boa!
      Pelo menos entre nós já há acordo... assinado

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