Sociedade voluntária

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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O novo comunismo - ultima parte

O comunismo do futuro não será o comunismo do passado.

O fim da sociedade complexa,
o fim do homem supérfluo e,
da ordem nasce o caos.


A doutrina capitalista e mais intensamente a sua fase obituária, o capitalismo financeiro, tendo como requisito de génese ou consequência não intencional a implementação ideológica e também absolutamente vital, da procura e acumulação de bens materiais e consequentemente do meio de aquisição, provocou por génese ou descuro, uma alteração progressiva na constituição e escala de importância dos valores humanos.
A “obrigatoriedade” de seguir e tornar quase que como valor único na sociedade a acumulação de bens que no maior segmento da população resume-se a garantir a perspectiva de um futuro seguro, e o assumir que esse era um acto individual, teve como um dos seus resultados
a transferência para outra entidade as funções que os indivíduos foram deixando de entregar á sociedade como um todo.
A par e passo com a entrega á conquista do seu naco de aprovisionamento para o futuro, os indivíduos perderam a capacidade de se auto-regrarem na cada vez mais intensa dinâmica material e assim conduziu á imposição também cada vez mais numerosa de regras por parte de quem ficou encarregue de os substituir nessa função; o governo.
Apresenta-se o presente saturado de regras, contra-regras, excepções, derivações, condicionantes e outras tais, que vêm edificando uma sociedade cada vez mais enredada num labirinto de complexidade funcional que inevitavelmente se tornará castradora das liberdades empreendedoras e cívicas dos indivíduos.
O homem supérfluo nascido e criado no reino capitalista, está em mutação, permeado de desequilíbrios, de realizações por cumprir e munido da mais poderosa das armas, a necessidade, poderá regressar ao futuro.
Uma nova doutrina, construtora de uma nova sociedade trás consigo uma nova ordem, que como todas as ordens criadas, inicialmente estará em equilibro com o meio mas contráriamente ás outras ordens tem de resistir o mais possível a intervir no meio, contribuindo para o seu desequilíbrio, criando o caos (o não funcionamento do sistema).
Os elementos portadores da acção no meio são os conhecedores e responsáveis pelo seu equilíbrio e intervenções exteriores e intencionais alteram essa função criando o caos.
Um exemplo mesmo dentro do sistema capitalista: imaginemos um empresário que pretende investir, faz uma análise de mercado e conclui que o melhor negócio é um restaurante,
entretanto “alguém” decide incentivar o negócio de bicicletas, automaticamente esse empresário vai investir no ramo das bicicletas, mas se o melhor negócio seria um restaurante é porque a sociedade precisava de restaurantes e o fluxo de capital que seria canalizado para suprimir uma necessidade premente foi para um sector não prioritário.
A implementação de uma ordem propõe sempre um equilíbrio inicial e assim se manterá (alterando-se mas em equilíbrio) desde que não condicionada.

1 comentário:

  1. Esta análise está muito certa, porém eu penso que esta sociedade consumista não surge por acaso, há uma razão concreta para este estado de coisas; que , note-se, está muito bom para os países do norte, a crise é só dos países do sul

    Penso que não há nenhuma crise do capitalismo, há uma crise dos países do Sul; e há uma razão para isso.

    ...espero que o Dr. Jordan consiga esclarecer isto...

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