O actual sistema assenta entre outros, em dois conceitos básicos, e suas interpretações, a matéria e as relações na e da alteração (produção) da matéria.
Porque desde o início dos tempos tudo o de mais vital foi a sobrevivência, dos indivíduos que compõem a espécie, sempre e ainda hoje o é, por mais dissimulada que esteja por inovações teórico-práticas, económicas ou politicas, por elegantes ou não manifestações de civilização das sociedades, o imperativo da sobrevivência é o mais poderoso impulso básico existente no ser humano.
O Homem realizou um grande percurso desde as cavernas, passando pelo domínio da agricultura e a criação de animais, ao domínio da mecanização e agora na compreensão e domínio do átomo.
Pois é precisamente esta última façanha do Homem o conhecimento e inicial domínio do átomo que está na origem de um novo paradigma de construção das sociedades humanas.
Essencialmente e apesar de todos os capítulos evolutivos, o conceito-raiz de fundação das sociedades permanece inalterável, a noção de matéria, e por conseguinte todas as relações daí derivadas, que na realidade são praticamente todas, todas as relações existentes são relações de material e de outra forma não poderia ser tendo em conta que se substanciam na presente enunciação de matéria.
A revolução, foi-nos oferecida pela ciência, a sua disseminação é tarefa dos mais esclarecidos e a sua implementação responsabilidade de todos, a ciência diz-nos hoje que a tradicional “radiografia” da matéria não corresponde á realidade, a matéria não é a matéria que originalmente nos ensinaram, que a matéria de certa forma não existe, ou seja não tem solidez, a matéria não é solida, a matéria é nada mais que um conjunto de interacções energéticas no palco dos nossos sentidos, e esta nova teoria da realidade muda tudo, absolutamente tudo, muda não só a nossa perspectiva , mas também a nossa ordem de prioridades, porque se a matéria não tem consistência e é o conjunto de interacções que lhe confere a possibilidade de ser, então o importante, o fundamental, o que causa a probabilidade de o ser são as interacções, o factor primordial para que surjam coisas, resultados, matérias, então a matéria não é o inicio mas o seu resultado, então tudo o que se requer para criar é interagir.
Com este novo entendimento é possível construir o tal novo paradigma, no qual a liberdade de criar (a interacção) é mais importante que a solidez (proveito) da matéria.
Com base no novo conceito de matéria construir-se-ão novas relações de produção em que aí sim surgirão desligadas da matéria como raiz e fundeadas na prevalência das interacções.
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