Em ordem a entender o que se escreve neste espaço é
preciso partir de uma premissa.
Que premissa?- a de que não existe certeza alguma sobre
coisa alguma, as certezas só existem no contexto da determinação de um
objectivo, um propósito, um resultado, um fim.
Com esta consideração em mente é muito mais fácil entender
a realidade em que vivemos e porque cada um defende aquilo que defende.
As certezas só surgem no momento em que eu as torno pedras
construtoras do objectivo que pretendo, ou seja, as certezas são as
considerações em que acredito e, são depois transformados em valores que escolho
tomar como meus de entre a miríade de opções á disposição para que formule a
minha própria visão do mundo que constituo e que me rodeia.
Assim, aquilo que escolho para o mundo não é mais do que
uma construção mental desapropriada de qualquer certeza e quando digo certeza refiro-me
a garantia fora da concepção/percepção humana, não há na matéria nem na
natureza qualquer certeza, nem princípio que dado a sua extensão não conduza a
observações contrárias á sua enumeração.
Isto tudo para afirmar que a realidade é o resultado da
aceitação colectiva de uma determinada construção mental, nada tem de real,
pelo contrário, o real, a matéria, serve de suporte a essa construção mental, a
essa decisão.
Neste contexto é relativamente pacifica a aceitação de
que se pode apresentar uma construção mental própria, alternativa, individual, utópica,
o que quer que se queira chamar sem que entre em conflito com a realidade pois
esta não é sólida.
O que permite a ilusão da solidez da realidade é a nossa
crença, a nossa adesão á construção mental colectiva dominante.
Voltando ao início, não é de esperar neste espaço uma
completa adesão á construção mental vigente nem tão pouco cem por cento de coerência
pois aqui estamos também perante uma construção mental.
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