Sociedade voluntária
terça-feira, 30 de junho de 2015
Somos todos Gregos!
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sábado, 13 de junho de 2015
Códex Universalis
O humano é um animal frágil, frágil porque distante dos
automatismos da natureza, os automatismos naturais são leves em si, são predominantemente
instintos de presença e não tanto resposta integrada.
A distância que separa o animal humano e os automatismos
da natureza é um vazio de intensidade da ordem primordial, fazemos questão de
lhe chamar liberdade e, é precisamente pela capacidade de escolher que se torna
imperativo estar ciente, não há escolha sem consciência de si, porque o
instinto é fraco e a consciência toma lugar o humano age e, constrói para si
uma réplica própria do instinto que lhe falta.
O Homem assume assim a responsabilidade de, por vontade
sua, colocar no seu lugar a decisão de voltar.
De certa forma sempre presente no trajecto percorrido permeia
uma tentativa de construção artificial dessa ordem primordial, a ordem que
garante o pertencimento justo a tudo quanto existe ainda que não consciente,
mas agora no Homem fluido, de forma voluntária, intencional, consciente e até
esperançosa, desejosa e ambiciosa.
O peso que o Homem transporta é de uma grandeza
descomunal, nas suas costas repousam milénios da sua História e com isso o peso
dos Deuses; representação do maior, do incógnito universal; a eterna incerteza do
propósito e a dúvida individual; a diversidade de unos a sua plasticidade
igualitária e simetria diferenciada.
O peso que transporta é provavelmente o da
responsabilidade de voltar escolhendo, definindo e memorizando o caminho,
levando consigo os marcos identificadores dessa estrada que são as experiencias
vividas.
O desafio do Homem é talvez paradoxalmente conduzir o
universo de volta a casa, de forma consciente, de forma experienciada, vivida,
a genuína transmissão de informação; viver.
Ao viver e saber que vive o Homem recolhe e escolhe a que
julga ser a melhor informação a transmitir geneticamente ás gerações seguintes.
A nova geração possui a informação genética das
dificuldades e obstáculos da geração anterior e predispõe os genes de resposta
a esses obstáculos, isto de forma individual mas também colectiva.
Uma semente contém em si toda a informação para
desenvolver uma planta similar á que lhe deu origem, um animal carrega consigo toda
a informação necessária para ser o animal que precisa de ser mas também alguma predisposição
ao meio envolvente geneticamente transmitida e o Homem nasce com toda a
informação para dar continuidade ao fluxo de progressividade dos seus
progenitores ao momento da sua concepção.
A passagem de informação genética permite a evolução/continuidade
da vida o mesmo que dizer a evolução/continuidade do universo que, de vida em
vidas toma consciência de si próprio.
Pergunto porque o suicídio é socialmente tão mal aceite,
tão reprimido e desconsagrado?
Talvez porque de forma generalizada represente a não
continuidade.
Existe um código universal e esse está presente em tudo
quanto existe, esse código é o único automatismo a que o Homem tem de se
submeter, a transmissão/ continuidade da informação, porque a informação não
pode parar, a vida não pode parar, o universo não pode parar.
E se o Homem não o fizer algum outro ser tomará o seu
lugar no aparente infinito caminho de regresso.
O universo tem de regressar e porque partiu automatizado
tem de regressar livre.
Ou não, podemos sempre argumentar que uma borboleta, um
ser que vive quase em perfeita sintonia com o meio sem necessidade de o alterar é um
estado muito mais evoluído do conceito de vida.
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