Com que então esperas que o céu se torne negro para que
possas reconhecer a tempestade que se aproxima?
Esperas que o vento sopre uníssono a partitura que aleija
a carne, que a voz se tenha de calar quando as palavras ousam ou que as
muralhas se edifiquem de forma que não podes recusar?
Eu sei que os cofres cheios de hoje são o ouro de
antigamente, mas não amigo, não, desta vez é uma oitava acima.
O que terás é toda a liberdade e nenhuma, terás o dever
de escolher e não o direito a não querer.
O que te darão é toda a importância sobre coisas
insignificantes, plena abundância de todos os venenos.
O que verás é uma realidade que não existe, uma ilusão
sólida e permanente.
O que sentirás é uma alegria enorme por estar vazio,
um fervor autêntico por seres igual aos milhões.
Não, não te cortarão a palavra, falarás sobre tudo e influenciarás nada.
Terás tudo e nada duradouro.
Serás tudo e nada será muito, tudo o que levarás da vida.
Serás livre mas encarcerado em conceitos que te
aprisionam.
Um preso com vista para o mar.
E para os teus filhos multiplica por dez.
Devia assinar! Um pouco de vaidade não contradiz o meu anterior comentário,
ResponderEliminarantes pelo contrário.
Agradeço amigo Rogério,
ResponderEliminarcomo reconhecer algum mérito, o próprio, quando é seu?
No que diz respeito a palavras então...!?
Abraço livre.