Simbólico, o acto protagonizado pelas polícias na escadaria da assembleia, pode, numa 1ª análise conduzir-nos a pensar que a desobediência está à espreita, à esquina e que se expressa numa mensagem categórica em estado latente, mas é a sua expressão teatral, o fecho do pano na peça representada, da qual se retira a moral, a conclusão, que nega a premissa do acto em si, tornando claro que a acção é na realidade uma não acção.
Neste sentido o simbolismo da manifestação policial é semelhante ao simbolismo das recentes manifestações civis; o propósito de alterar a realidade sem querer tocá-la.
O governo percebeu perfeitamente que simulação da realidade não é a realidade e substituiu pelo chefe dos secos o chefe dos molhados.
Dizer isto não é defender o uso da violência, é muito pelo contrário, propor a opção da força das convicções por oposição.
A força das convicções não é passear de autocarro e ao fim do dia voltar para casa com a sensação de um dia bem passado, a força das convicções não é romper a barreira dos camaradas, trocar abraços e apertos de mão e voltar para trás porque as febras estão a ficar frias.
A força das convicções é recusar o autocarro e recusar ir para casa, é não romper a barreira mas não arredar pé, ontem, hoje, amanhã.
A força das convicções é acção não violenta e pressupõe que o monopólio da violência por parte do Estado se traduz em capacidades muitíssimo desiguais do seu exercício em relação à sociedade civil.
Pressupõe o princípio de que, se não pode combater a violência com violência pelo simples facto de a sua admissão ser a sua legitimação para qualquer outra circunstância, é só mudar a argumentação.
E em terceiro lugar porque no exercício da violência há sempre lugar à probabilidade de perda de vidas e ninguém tem por direito requerer a vida de outrem na defesa de uma causa, (direito este concedido ao Estado, que utiliza o individuo como sua pertença e lhe permite fazer a guerra) ocupando dessa forma o lugar do inimigo.
A força das convicções é desobediência por exigência alteração da realidade, não simulação ou destruição.
Sociedade voluntária
domingo, 24 de novembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
O porquê da Troika.
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segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Os casos Machete.
É evidente... um homem que demorou 3 horas a decidir se entraria para o governo, que se podia esperar ou então um desempenho impecável!
domingo, 10 de novembro de 2013
Metafisica domingueira.
Imagem retirada da net |
Para nós (para mim) que existimos a vida inteira em um
ambiente urbano, que simpáticamente fomos sendo condicionados pela realidade envolvente
e vice-versa (condicionando a realidade que nos condicionou) simpatia urbana que
progressivamente armou o nosso crescimento e formação enquanto seres humanos envoltos
numa camada protectora, uma pelicula isolante, uma “ionosfera”, que nos
acreditou sermos já um Homem diferente.
O homem urbano era já uma outra espécie, uma espécie autónoma,
desligado da condição natural, desligado desde cedo da mais básica sensação de
primitivismo, da animália presente em si.
O ambiente urbano difundia, pelas suas características e
realizações, a convicção de que o homem ingressara num plano de existência e
actividade que de certa forma interiorizara o credo da superação se não mesmo
eliminação dos mecanismos inconscientes relacionados com os mais básicos comportamentos
de sobrevivência das massas humanas.
Para quem vive a vida inteira em ambiente urbano, não
deixa de ser muito interessante verificar que subjaze a todo o significado urbano
o velho intestino primordial, o curso que se julgava superado permanece, o abrigo
de hoje o mesmo de ontem, o animal embora escuso quando ameaçado mostra-se detentor
do mesmíssimo padrão, porque o único existente é o único possível.
Seriamos conduzidos a pensar que, com tudo o que o urbano
no auge da contemporaneidade auge de tudo o que do nosso tempo nos transmite a
percepção da circunstância do próprio casulo urbano, o sincronismo da resposta
fosse testável, consentâneo, extraído dos recursos entendidos como condição da própria contemporaneidade, mas não, a resposta é primária, visceral, instintiva e
podemos até extrapolar, automática.
O que apreender desta experiência que nos constrita,
apesar de todo o qualitativo do urbano, a retomar o passado em lugar da
continuidade do presente e menos ainda apressar o futuro?
É à terra que voltamos, à agricultura como bastião primário,
todo o revivalismo pelo artesanal, o vinho, o azeite, os enchidos, o queijo e
outros, como um novo princípio, um caminho sabido, como que o reconstruir da essência,
do mais basilar elemento de segurança conhecido e consciente, a
memória ancestral de satisfação, o corpo como primeiro Estado após derrocada dos
sistemas urbanos que se revelaram frágeis e não confiáveis.
Percebe-se que quando em apuros o homem regressa à
caverna, não está inscrito (ainda) na sua informação genética outro código ou
se alguma vez estará pois só o passado (o que é conhecido) transmite segurança,
o futuro (o desconhecido) pode alimentar-se de convicções, o corpo não.
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sexta-feira, 8 de novembro de 2013
A extinção do homo “operarius”.
A lasca trouxe o poder, elevou a capacidade de
sobrevivência do animal humano, garantiu mais e melhor, o prolongar da
continuidade da espécie, tornar-se superior.
Aquele que primeiro lascou, intuiu a capacidade inerente
a uma face afiada, tornou-se o homem tecnológico e com ele o seu grupo dominou.
O fogo transmutou a noite, era agora mais dia, o corpo movia
durante mais tempo com mais conforto, segurança e replicaram, dominaram; a
primeira elite do planeta.
A roda rodou rapidamente, transferiu para outros territórios
efeitos de poder, de conhecimento e reinou-se sobre os menos habilitados.
A tecnologia, resultado da capacidade de pensamento vingou,
o homem aspirava debelar as suas tormentas, prolongar a vida, salvaguardar a
existência num ambiente hostil.
A tecnologia facultava exponencial conforto, segurança,
domínio e projecção no futuro.
O homem criava a máquina, que fazia funcionar e
conquistava da natureza uma porção maior.
A máquina não parou e o homem cresceu.
O homem tecnológico viveu e morreu, das suas cinzas nasceu
a máquina que pensa, que pensa e que faz, que pensa o que faz.
O animal humano lascou a primeira pedra, replicou o fogo,
empurrou a roda, construiu a máquina e transmutou-se, preparando-se para nascer
novo homem, o homo “creativum”.
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quinta-feira, 7 de novembro de 2013
É este o mundo que queres ?
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Queres saber o que é democracia?
É raiz de algo onde isto se inspira!
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quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Desobediência civil V 1/2.
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Protesto em notas de Euros
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