Sociedade voluntária

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quinta-feira, 2 de julho de 2015

O monstro.



Nunca o “monstro” foi tão grande e tão forte.
Nesta fase da história não se pode confrontar o “monstro” de frente, o monstro é capaz de tudo para se manter dominante, sente-se afrontado, não pode voltar atrás pois isso significa a sua morte como “monstro”.
Um monstro que é verdadeiramente “monstro” devora, essa é uma das características que o define, outra é o medo, mete medo, muito medo e é tanto o medo que a maioria deixa-se devorar, preferindo existir na barriga do bicho a tentar a soberania, não de frente que ele não perdoa.
Na aldeia quase todos foram comidos, inicialmente os mais fracos como manda a lei, aqueles com poucos recursos militares e económicos e eram apetitosos, alimentaram o “monstro” que cresceu a proporções desmedidas, agora, agora precisa de muito mais alimento, precisa de todo o alimento que existe na aldeia.
Aqueles poucos que ainda pensavam em resistir ao monstro, conseguiu ele, não ainda devorá-los mas criar-lhes a dúvida de que o bicho é realmente monstruoso, permitindo-lhes sobreviver com algumas benesses.
Os únicos que enxergam o “monstro” tal qual ele é, entendem o que está a fazer e não concebem ser devorados de forma alguma são os que vivem fora da aldeia e esses sabem que o “monstro” não pode ser enfrentado, tem de ser levado a cair numa armadilha para que morra sozinho.
Assim não é de estranhar que alguns aldeões andem numa corrida louca para trás e para a frente numa tentativa desesperada de não serem devorados e simultaneamente de apaziguar o “ monstro” relembrando que não há intenção de enfrentá-lo.
O “monstro” vai morrer, disso não existe duvida, a questão é se devora tudo á sua volta ou fica algum aldeão vivo.

2 comentários:

  1. A armadilha em que o monstro vai cair, vai ser a que, na ânsia de tudo devorar, começar, sem o saber, a devorar-se a si próprio ...

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    1. Concordo, de alguma forma irá entrar num processo de autofagia, os primeiros sinais começam a (re)surgir no coração do monstro.

      Abraço livre.

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