Sociedade voluntária

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sábado, 7 de janeiro de 2012

Um pingo que nunca foi doce.

É fácil escolher um bode expiatório e lançá-lo aos leões, contribuindo simultaneamente para desviar a atenção do essencial e ludibriando as massas ao permitir assumir que o capitalismo tem outros valores que não a sua perpétua engorda.
O negócio é um bom negócio e é um negócio como outro qualquer, em que o que está em causa é gerar lucro e mais-valias para os seus accionistas, apenas coincide com o facto de se enquadrar no sector do abastecimento da alimentação humana o que o torna disseminado e pela sua importância alvo de fácil critica moral, mas o produto do ponto de vista económico-financeiro não é um alimento, poderia ser um prego ou uma pedra da calçada, e o que deve ser dito é que em capitalismo os produtos não trazem consigo acoplados algum outro valor que não seja o valor da sua transacção.
É preciso explicar que negócios com estas dimensões nada têm a ver com a tradicional mercearia de bairro, em que o cliente, conhecido e vizinho do proprietário, caso em dificuldades pode, beneficiando da solidariedade humana comprar e ficar a dever, suprindo uma necessidade e honrando o seu compromisso noutra oportunidade.
Esta colagem de valores sociais a um negócio, não é transponível a autenticas máquinas de realizar mais-valias, independentemente do artigo que transaccionem.
Se for explicado que as regras criadas permitem e existem precisamente para que o capital se proteja, prolongue e exponencie será muito mais fácil não esperar atributos sociais vindos do capital, que como o próprio Sr. Soares dos Santos disse e muito bem “- Compreendo que desagrade aquilo que eu represento”.
E o que ele representa é o deus dinheiro acima de tudo, a eterna máquina de fazer dinheiro, a suprema “financeirização”, o todo-poderoso capital.  
 Isto tudo para dizer que o pingo nunca foi doce, o continente tem os pés numa ilha, a caixa geral de depósitos é mesmo geral ou que a galp não tem uma energia muito positiva.
É o sistema estúpido, meu amigo, é o sistema!

4 comentários:

  1. De acordo. Mas temos o dever de não ser co-responsáveis, nem tolerantes, na perpetuação ou aceitação destes valores.

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  2. Também penso que sim, assimilando que o capital não tem caracter social devemos exigir novas regras que conduzam a outros valores.
    E começa a tornar-se cada vez mais óbvio para muita gente, que assim é.

    Um abraço livre

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  3. O soares dos Santos tem de usar as regras como mais lhe convém - o problema está nas regras. Há que acordar que impostos as empresas têm de pagar, não pode ser é no mesmo espaço económico serem permitidas estas disparidades, que permitem este negócio de fuga aos impostos no país de origem para dar a ganhar 2,4% aos que "lavam os impostos"

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  4. Concordo, mas o jogo está tão viciado que quase é preciso começar do zero, quase!

    Um abraço livre

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