Sociedade voluntária

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domingo, 10 de novembro de 2013

Metafisica domingueira.



Imagem retirada da net


Para nós (para mim) que existimos a vida inteira em um ambiente urbano, que simpáticamente fomos sendo condicionados pela realidade envolvente e vice-versa (condicionando a realidade que nos condicionou) simpatia urbana que progressivamente armou o nosso crescimento e formação enquanto seres humanos envoltos numa camada protectora, uma pelicula isolante, uma “ionosfera”, que nos acreditou sermos já um Homem diferente.
O homem urbano era já uma outra espécie, uma espécie autónoma, desligado da condição natural, desligado desde cedo da mais básica sensação de primitivismo, da animália presente em si.
O ambiente urbano difundia, pelas suas características e realizações, a convicção de que o homem ingressara num plano de existência e actividade que de certa forma interiorizara o credo da superação se não mesmo eliminação dos mecanismos inconscientes relacionados com os mais básicos comportamentos de sobrevivência das massas humanas.
Para quem vive a vida inteira em ambiente urbano, não deixa de ser muito interessante verificar que subjaze a todo o significado urbano o velho intestino primordial, o curso que se julgava superado permanece, o abrigo de hoje o mesmo de ontem, o animal embora escuso quando ameaçado mostra-se detentor do mesmíssimo padrão, porque o único existente é o único possível.
Seriamos conduzidos a pensar que, com tudo o que o urbano no auge da contemporaneidade auge de tudo o que do nosso tempo nos transmite a percepção da circunstância do próprio casulo urbano, o sincronismo da resposta fosse testável, consentâneo, extraído dos recursos entendidos como condição da própria contemporaneidade, mas não, a resposta é primária, visceral, instintiva e podemos até extrapolar, automática. 
O que apreender desta experiência que nos constrita, apesar de todo o qualitativo do urbano, a retomar o passado em lugar da continuidade do presente e menos ainda apressar o futuro?

É à terra que voltamos, à agricultura como bastião primário, todo o revivalismo pelo artesanal, o vinho, o azeite, os enchidos, o queijo e outros, como um novo princípio, um caminho sabido, como que o reconstruir da essência, do mais basilar elemento de segurança conhecido e consciente, a memória ancestral de satisfação, o corpo como primeiro Estado após derrocada dos sistemas urbanos que se revelaram frágeis e não confiáveis.
Percebe-se que quando em apuros o homem regressa à caverna, não está inscrito (ainda) na sua informação genética outro código ou se alguma vez estará pois só o passado (o que é conhecido) transmite segurança, o futuro (o desconhecido) pode alimentar-se de convicções, o corpo não.

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