Sociedade voluntária

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domingo, 29 de janeiro de 2012

Foi voçê que pediu... uma revolução ?

Em toda e qualquer estrutura hierarquizada ainda que a voz do poder venha de cima, o verdadeiro poder está em baixo.
Tal qual a construção universal, a matéria e tudo quanto existe, mantém a condição daquilo que é enquanto as suas partes constituintes conservarem as suas características imutáveis, quando existe uma alteração nuclear, uma alteração nos constituintes básicos, elementares, de uma estrutura organizada, essa mesma estrutura aparentemente complexa, maior e com características definidas deixa de o ser para se tornar outra coisa que não a anterior.
Na realidade as características do que existe é o reflexo daquilo que as constitui sendo que alterar a sua essência é alterar a sua própria existência no sentido em que já não será mais a mesma coisa.
Tanto na alteração da matéria como na alteração humana e social a verticalização do poder- capacidade de gerar alterações na matéria humana por imposição - é a forma externa de modificar as características dos seus elementos básicos – os indivíduos e consequentemente a estrutura maior, complexa – o colectivo.
A super estrutura, colectivo, a sociedade, modifica-se na exacta razão da alteração de cada um dos seus constituintes elementares, de cada um dos seus indivíduos aderir, num mecanismo de identificação e disponibilidade à alteração das suas próprias características, transformando-se em algo novo, que não existia anteriormente.
Qualquer característica que se queira adicionada a uma estrutura complexa se os seus elementos constituintes não a assimilarem, essa característica não será incorporada e não criará uma alteração.
Sendo que a condição do que existe na construção da sociedade humana está dependente da vontade e da participação dos seus elementos básicos, os indivíduos, isso quer dizer que a realidade é aquilo que queremos que seja, que mudar o estado das coisas depende de mudarmo-nos nós próprios.
Se regra geral alteramos as características constituintes do nosso material individual por imposição externa porque não alterar por vontade própria de acordo com os nossos mais elevados valores humanos com o objectivo de reflectir no colectivo o que queremos que seja?
Se os átomos de uma molécula…de ferro forem alterados na sua constituição não será mais ferro, será outro material, se cada uma das pétalas de uma rosa decidir mudar de cor, essa rosa não mais será da mesma cor.
Uma forma de criar a sociedade que desejamos é sermos como queremos que essa sociedade seja, porque esperar que alguém em voz de poder nos entregue a vida em forma de sonho é… desesperar.

6 comentários:

  1. Quanto mais desenvolvido cada indivíduo mais madura e avançada a sociedade em que este se insere.
    Os sucessivos governos destruiram a riqueza individual deste país e a sociedade apática que temos mais não é que o somatório de indivíduos brutos e ocos.
    Os nossos semelhantes são autómatos programados para trabalhar sem reservas nem outros interesses que não ganhar o seu soldo.
    Uma vez destituida a base da pirâmide de qualquer critério e capacidade de raciocínio os governantes ficaram seguros e tranquilos para tomar toda e qualquer acção do sentido que melhor lhes conviesse, nem que essa acções fossem prejudiciais ao povo que os sustenta.
    A desilusão pública e o afastamento dos portugueses da política é pelos seus agentes visto com muito bons olhos porque por estes foi provocado e porque isso significa que poderão continuar a sugar-nos o suor e o sangue.
    Só a nós compete alterar o que permitimos que nos fizessem.
    Parece-me, contudo, que o Tuga nada fará.
    Estão demasiado obstinados em correr para o abismo para se preocuparem com a queda...

    Abraço.

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    1. Partilho desse ponto de vista.
      Abraço livre.

      (peço desculpa pelo atraso na resposta mas existem dias em que...)

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  2. O problema é não existir uma educação para a cidadania.
    E mesmo quando alguns vão para a rua, é de notar que se movem por interesses individuais, nunca a luta é pelo colectivo. Daí que, cada um espartilhado em si próprio, dificilmente adere a uma luta pelo bem geral. E assim, os poderosos vão "apagando alguns fogos" individuais, com esta ou aquela cedência e assim contendo a turba!

    Para haver uma revolução terá que haver consciência política e amor pelo colectivo. Não podemos esquecer que a Revolução dos Cravos, foi apenas um golpe de Estado... a que o povo aderiu à posteriori, melhor dizendo, alguns do povo!

    Por isso, os primeiros passos ainda têm que ser dados: organizarmo-nos em associações culturais, sim, mas também de educação para uma vida activa na sociedade, com as nossas crianças e jovens e não relegar a acção política para os que pensam ser os donos da coutada.

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    1. Concordo,às elites interessa individuos suficientemente educados para trabalhar mas não tão educados que recusem determinadas orientações ou que sejam lúcidamente exigentes.

      Abraço livre.

      (peço desculpa pelo atraso na resposta mas existem dias em que...)

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  3. "Se os átomos de uma molécula…de ferro forem alterados na sua constituição não será mais ferro, será outro material, se cada uma das pétalas de uma rosa decidir mudar de cor, essa rosa não mais será da mesma cor.
    Uma forma de criar a sociedade que desejamos é sermos como queremos que essa sociedade seja, porque esperar que alguém em voz de poder nos entregue a vida em forma de sonho é… desesperar."

    Pois, em parte é esse o problema; as pessoas deste pais habituaram-se a pensar apenas em si, o colectivo não sendo da sua respondabilidade; uma sociedade moderna não consegue funcionar assim, exige muito mais de cada um. Temos todos de ser muito melhores, sem isso não há governo que nos valha.

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    1. È verdade, mas temos que reconhecer que fomos também encaminhados nesse sentido, para aos poucos nos afastar do essencial.

      Abraço livre.

      (peço desculpa pelo atraso na resposta mas existem dias em que...)

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