Sociedade voluntária

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terça-feira, 5 de maio de 2015

A dita que é dura.



Com que então esperas que o céu se torne negro para que possas reconhecer a tempestade que se aproxima?
Esperas que o vento sopre uníssono a partitura que aleija a carne, que a voz se tenha de calar quando as palavras ousam ou que as muralhas se edifiquem de forma que não podes recusar?
Eu sei que os cofres cheios de hoje são o ouro de antigamente, mas não amigo, não, desta vez é uma oitava acima.
O que terás é toda a liberdade e nenhuma, terás o dever de escolher e não o direito a não querer.
O que te darão é toda a importância sobre coisas insignificantes, plena abundância de todos os venenos.
O que verás é uma realidade que não existe, uma ilusão sólida e permanente.
O que sentirás é uma alegria enorme por estar vazio, um fervor autêntico por seres igual aos milhões.
Não, não te cortarão a palavra, falarás sobre tudo e influenciarás nada.
Terás tudo e nada duradouro.
Serás tudo e nada será muito, tudo o que levarás da vida.
Serás livre mas encarcerado em conceitos que te aprisionam.
Um preso com vista para o mar.
E para os teus filhos multiplica por dez.

2 comentários:

  1. Devia assinar! Um pouco de vaidade não contradiz o meu anterior comentário,
    antes pelo contrário.

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  2. Agradeço amigo Rogério,
    como reconhecer algum mérito, o próprio, quando é seu?
    No que diz respeito a palavras então...!?

    Abraço livre.

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