Sociedade voluntária

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sábado, 19 de novembro de 2011

A nova vaga fascista….


O propósito último de todo e qualquer império é a dominação, dominação territorial que por sua vez proporciona a dominação dos recursos naturais.
Se no passado a dominação era consolidada com uma efectiva presença nos territórios ocupados, no presente a estratégia de ocupação é muito mais subtil e eficiente.
A ocupação do território é mínima, o que se ocupa em seu lugar são as mentes, os hábitos, a educação, a economia, o desenvolvimento e os líderes desses países.
A estratégia do novo imperialismo, podemos definir como “parcerias planificadas” sendo que o parceiro é induzido a definir como sua acção o que na realidade é a acção do outro, contribuindo indirectamente para objectivar um desígnio que não seu.
O método implica a expansão da identificação com a cultura, valores e modo de vida do ocupante, implica a progressiva degradação do sistema educativo, desmoralização da sociedade (eliminação das suas virtudes) e respectiva substituição por objectivos externos ao indivíduo e passíveis de manipulação ou remoção.
Requer uma pseudo ajuda económica ou financeira que na realidade acaba por reverter á origem através de dinâmicas intituladas de “desenvolvimento” e requer também a aliança dos líderes políticos locais.
Assim tijolo a tijolo vai sendo consolidada a presença no território até a altura em que a estrutura militar poderá surgir e consolidar a sua influência sem denotar com isso uma ocupação pois poderá até ser acolhida de boa vontade.
Excluindo as elites políticas e alguns intelectuais, as sociedades de um modo geral não depreendem que os seus países estão na realidade ocupados por uma força externa nem
que essa força é o braço de um império que influi e determina a direcção de inúmeros países no mundo.
Apenas e só se a resistência de um país impedir a parceria planificada e a sua importância for relevante se intervirá de forma militar convencional.
A actualidade revela este padrão de dominação de forma perceptível e o império pretende auto-titular-se como o ultimo, o único.
A batalha desenrola-se no tabuleiro que continua a ser o mais importante do planeta, o Médio-Oriente, fundamentalmente pelo factor energético mas também geo-primazia.
Os acontecimentos que nos últimos anos se sucedem, resultam das intenções e acções de domínio daquela geografia garantindo recursos, influência e impedindo o avanço de outras predominâncias geoestratégicas.
Definido como o ultimo império, nenhum mais sucederá, para tal o domínio terá de ser global, o único, sem adversário, oponente, pelo menos com significado, que represente perigo e as armas são a economia e a finança sob supervisão da ameaça do poderoso complexo militar.
Para dominar a economia são precisas empresas (corporações) de dimensões e produtividade comparáveis a países e dispersas globalmente actuando como forças de controlo e financeiramente é necessário controlar o sistema bancário através das instituições internacionais e melhor ainda possuir a moeda de referência mundial.   
Supervisionando estas, está a presença militar semi-dissimulada e a demonstração/propaganda de supremacia militar.
Acima de tudo é a ofensiva financeira e económica que atinge a Europa condicionando a escolha que melhor serve o império, enquanto noutros pontos, nomeadamente o Médio-Oriente é a clássica intervenção militar e a substituição dos líderes não cooperativos, já na Eurásia é a “parceria planificada” ou a co-opção (opção adjuvada) impedindo a expansão das forças oponentes ou com similar interesse.
Independentemente da fase evolutiva da intervenção ou do método utilizado (que estão directamente relacionados) apresenta-se uma predominância global imperialista com características corporativistas e supremacia financeira a que se costuma denominar de Fascismo.

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